O professor de Geografia do IFMT campus confresa, Claudiney de Freitas Marinho, apresentou recentemente sua dissertação de Mestrado pela Universidade Federal do Tocantins, ele gozava de um afastamento para capacitação e já está de volta as atividades docentes.
Intitulado: “Projeto de Assentamento Dom Pedro e a luta pela terra de trabalho no território da Prelazia de São Félix do Araguaia na região nordeste do estado de Mato Grosso”. A obra versa sobre a atuação do ícone Dom Pedro Casaldáliga e sua igreja junto a famílias camponesas.
Segundo Claudiney o objetivo da pesquisa foi: “interpretar as estratégias de luta de camponeses pela terra de trabalho assim como suas respectivas estratégias de resistência contra a concentração fundiária contextualizado pelo seu caráter desigual e contraditório ao desenvolvimento do capitalismo no território denominado da Prelazia de São Félix do Araguaia”.
“Desse modo, foi possível destacar o papel fundamental do bispo D. Pedro Casaldáliga e dos agentes pastorais (padres, freiras, leigos) que desde o final da década de 1960, sob orientações da Teologia da Libertação, posicionaram-se em favor dos povos oprimidos da terra e, contra qualquer forma de opressão e de exploração”, opina o professor.
“As análises dos dados empíricos extraídos de entrevistas e questionários semiestruturados junto aos camponeses do Projeto de Assentamento Dom Pedro consistiram numa tentativa de revelar as alternativas encontradas por estes sujeitos sociais, para promover a continuidade e a reprodução material e cultural no lugar onde sempre estiveram, ou seja, na terra de trabalho, antagônica à terra de exploração” explica Claudiney Marinho.
“Nesta tessitura nos subsidiamos teoricamente de intelectuais das questões agrárias como Chayanov, Shanin, Martins, Oliveira, Ianni, Porto Gonçalves, que outrora discorreram sobre existência e (r) existência das relações não capitalistas de produção resultante do caráter contraditório da expansão capitalista no campo. Portanto, a tríade camponesa: terra, família e trabalho revelou condição indissociável para o entendimento da manutenção e da continuidade do modo de vida camponês no PA Dom Pedro”, conclui o professor.
Após a banca de defesa de Claudiney, a professora Dra. Gleys Ially Ramos dos Santos, uma das avaliadoras do trabalho manifestou em sua Rede Social opinião sobre a pesquisa de Claudiney Marinho: “Ontem tive o prazer de fazer parte de uma banca extremante importante, pertinente sobre a questão agrária brasileira. Um trabalho que reuniu teorias densas, reflexão e aplicação teórica sensível e um trabalho de campo potente. Um trabalho que me emocionou por dois motivos. Primeiro porque traz como ênfase os trabalhos e a luta de Dom Pedro Casaldáliga que rompe com a lógica da Igreja-Estado-Capital e opta por uma vida de luta ao lado dos pobres sociais do campo. Algo muito próximo do que eu ambiciono escrever sobre Padre Josimo. Segundo porque é um trabalho com uma didática incrível, aquele que, atende muito bem ao que reza a academia, mas que é uma leitura sensível, tranquila e compreensível, não somente aos estudantes que não estão na lógica universitária- os secundaristas, mas sobretudo, aos sujeitos sociais que compõem as análises dessa dissertação. Deveras, precisamos nos emocionar para aprender! Parabéns Claudiney! Aprovado com Louvor! Novo Mestre em Geografia. Salve Dom Pedro Casaldáliga!