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Alunos visitam Aterro Sanitário de Palmas, considerado referência na região Norte

Publicado por: Campus Confresa / 24 de Março de 2017 às 09:52

Wédila Jácome
Ed. Telma Aguiar

Considerado exemplo da região Norte do Brasil para a destinação correta dos resíduos sólidos, o Aterro Sanitário de Palmas recebeu na manhã da quarta-feira, 15/3, alunos de Agronomia e controle Ambiental do IFMT – Instituto Federal do Mato Grosso – Campus Confresa. 

Durante a visita técnica, alunos puderam conhecer o funcionamento correto do processo de destinação final do lixo e ficaram impressionados com o sistema de operacionalização do Aterro. “Em nossa cidade Confresa não temos um aterro sanitário. Antes de entrar no curso não tínhamos a menor ideia de como era feito o controle ambiental e nem imaginávamos como era o tratamento do lixo. Tudo o que vimos aqui hoje é muito novo e enriquecedor, pois o que eu conhecia era um local de destinação do lixo sem controle, onde os resíduos são queimados, contaminando o ar, mas aqui em Palmas há uma preocupação com a preservação ambiental”. 

Para a coordenadora do curso de Controle Ambiental da IFMT, Carla Daniele Mendes, que vem ao aterro pela segunda vez, seu Estado carece de local onde seus alunos possam ver na prática o que aprendem em sala de aula. “No curso vemos muita teoria, pois em nossa cidade não temos oportunidade de ver isso na prática. Essa visita a Palmas traz um novo olhar aos alunos, uma visão mais crítica de como realmente funciona um aterro dentro das normas de destinação dos resíduos sólidos”. 

Já o professor de Agronomia do IFMT, Antônio Pompeu, disse que Palmas é um modelo de gestão do lixo a ser seguido: “O sistema de Palmas para destinação dos resíduos é inovador, pois se enquadra no Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Em nossa cidade que tem 30 mil habitantes o aterro não é controlado, aliás não chega a ser um aterro sanitário”. Pompeu destacou ainda que, apesar de Cuiabá ser mais antiga que Palmas e ter um milhão de habitantes, só agora está em processo de enquadramento na Lei 12.305. 

Os alunos foram recepcionados pelo engenheiro civil e lixólogo, João Marques, que ficou como responsável técnico pelo aterro por 16 anos. O lixólogo respondeu às dúvidas dos alunos, apresentou cada passo do processo de destinação do lixo e o museu do lixo que fica nas dependências do Aterro. 

O museu reúne acervos de peças retiradas do aterro, como imagens sacras, arte vanguardista de Camila Castelo Branco, pinturas, e mostra uma revolução tecnológica com as máquinas de datilografia, TV, impressoras, computadores, máquina de costura e ferro de passar roupa a carvão. No museu também tem uma exposição de fotos detalhando a evolução do aterro. 

Dentre os questionamentos dos alunos, João Marques explicou que  há três anos o Aterro de Palmas não recebe resíduos hospitalares, que agora todos são incinerados por empresas particulares. Marques lembrou ainda que foram investidos quase dois milhões no revestimento das células onde são depositados o lixo e o chorume. 

Depósito do lixo 

Ao chegar ao aterro o lixo é pesado e encaminhado para o destino adequado. O aterro dos resíduos é feito em células de 2,5 metros escavadas e cobertas com polietileno e argila, e pneus ajudam na contenção. Em Palmas, quatro células já foram encerradas e chegam a 27 metros de altura, sendo 2,5 metros abaixo do solo. 

Atualmente, uma célula está em operação e recebe diariamente cerca de 240 toneladas. O tratamento do chorume, líquido proveniente da decomposição do lixo, é feito através de drenos que levam o líquido para lagoas anaeróbicas, onde recebe o processamento e purificação. Após passar por quatro fases de tratamento, o líquido é devolvido à natureza totalmente sem contaminação. 

O tratamento do chorume 

A geomembrana utilizada no aterro tem durabilidade de 100 anos antes de começar a se decompor, isso evita a contaminação do solo pelo chorume, considerado 100 vezes mais contagioso que o esgoto doméstico. O chorume é o líquido gerado pela decomposição do lixo domiciliar. 

A qualidade do tratamento do chorume no Aterro de Palmas pode ser comprovada pela presença de animais nestas lagoas anaeróbicas. Na segunda vive um jacaré e na terceira patos nadam todos os dias sem nenhum problema. Ainda em uma nascente dentro do aterro vivem peixes e a água é límpida. “Prova de que não há contaminação do lençol freático por parte do lixo que ali é depositado”, acrescentou Marques.

 Imagens: Prof. Artênio Pompeo de Campos 

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