Na última semana o IFMT Campus Confresa recebeu dois dias de palestras e minicurso, com diferentes pesquisadores do segmento de Sistemas Agrícolas Sustentáveis com foco em Integração Lavoura, Pecuária e Floresta - ILPF no estado de Mato Grosso. Participaram estudantes dos cursos de Agronomia, Técnico em Zootecnia e Agropecuária além de profissionais técnicos que atuam na região de Confresa. O Campus Confresa ainda disponibilizou ônibus para estudantes e público em geral participarem de dia de campo em fazenda no município de Porto Alegre do Norte, onde puderam visualizar exemplos de aplicação prática dos conhecimentos obtidos nas palestras e minicursos.
No primeiro dia de evento, os participantes tiveram acesso a 4 (quatro) horas de seminário, no segundo dia foram 8 (oito) horas de capacitação e mais 4 (quatro) horas de prática no dia de campo promovido em parceria da Embrapa com o Senar-MT e o Grupo Itaquerê. "Mostramos como a fazenda faz a integração lavoura pecuária, pra se ter uma ideia, a fazenda tem 4500 hectares só de ILPF, são cerca de 14 mil hectares de soja que na safrinha se transformam em integração'', destacou Flávio Vruck, chefe adjunto de transferência de tecnologia e pesquisador da Embrapa .
As ações fazem parte de uma parceria que busca maior aproximação entre a Embrapa Agrossilvipastoril, situada em Sinop - MT e o IFMT Campus Confresa.
Orlando Lúcio, analista na área de transferência de tecnologia falou sobre a implantação, uso e manejo de plantas forrageiras, Ricardo Sujos discorreu sobre Monta Invertida e os professores do Campus Confresa Yuri Castro e Danilo Nogueira e estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT também participaram das ações.
"Aqui está havendo uma transformação de uso da terra, saindo da agropecuária tradicional e chegando a lavoura muito forte. Segundo funcionário da SEMA, Confresa já tem 80 mil hectares de soja e a tendência é aumentar e ocupar áreas de pastagens degradadas. A gente está vindo aqui falar como podemos integrar a soja (lavoura) e a pecuária de forma sustentável, de modo a não degradar o solo, bem maior do produtor rural. Então esse é o foco da temática que envolve todas as disciplinas desse arcabouço (falamos de consórcio de segunda safra, Bio AS que é uma nova forma de fazer análise de solo, Tecnologias do Programa do Governo Federal de Redução de Emissão de Gases de Efeito Estufa - ABC, como produzir mais em pequenas áreas e inovações na ILPF)”, disse Vruck.
Uma instituição que também participou foi a empresa Laboratório Solos e Plantas, que ministrou uma capacitação continuada de técnicos, sobre Saúde do Solo com Renato C. Alves Filho, diretor nacional da empresa, um dos parceiros da Embrapa. Ele disse que espera com a participação no evento "dar uma contribuição social no auxílio a capacitação dos técnicos porque isso gera pessoas com mais condições de levantar informações para tomar decisões”. Ele também disse que sua empresa apoia o projeto da Embrapa realizando análises de solos e plantas objetivando informações técnicas.
“Aqui na região a fazenda Piraguaçu, onde o dia de campo concluiu a série de formações, é um exemplo de integração de maneira exitosa, apesar de ela ser um fazenda gigante usamos como modelo porque o que importa são os princípios que se aplicam ao produtor de qualquer tamanho. A escala não impacta na parte técnica porque são um conjunto de tecnologias democráticas e indiscriminatórias. Demos exemplos aqui de uma áreas localizada em Cáceres de 12 (doze) hectares que integrou 5 (cinco) e conseguiu aumentar a produtividade, o técnico que vai dar assistência é quem tem que saber usar essas tecnologias de forma adequada, por isso a importância desse tipo de capacitação, esses estudantes mais tarde irão atender os diversos tipos de propriedade”, concluiu Vruck.
