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Estudantes do Campus Confresa fazem visita técnica ao IPEN

Publicado por: Campus Confresa / 18 de Outubro de 2022 às 19:23

Estudantes representantes de cada um dos cursos superiores oferecidos pelo IFMT Confresa, já num nível avançado suficiente para entendimento da concepção do que é fazer ciência e pesquisa, e contendo ótimo desempenho acadêmico, realizaram uma viagem ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), ocorrida entre os dias 26 a 28 de Setembro último.

Participaram da visita o professor Walter M. Nakaema que foi o responsável pela viagem e os estudantes: Ana Carolina de Almeida Machado (Lic. em Física); Emerson Rodrigues da Silva (Lic. em Física); Erica Lidiane Barbosa de Sousa (Lic. Ciências da Natureza com habilitação em Química); Gledson Santana da Silva (Lic. em Biologia); Jucelei Maschen Moro (Lic. em Física); Lucas de Almeida Escobar (Agronomia); Nayara Vilela da Silva (Lic. Ciências da Natureza com habilitação em Química) e Tádylla Alessandra Brandão da Silva (Lic. em Física).

O docente proponente, Walter M. Nakaema, considera que a visita "é uma oportunidade única para os discentes do Campus Confresa que, devido a sua localização geográfica, o acesso a centros de pesquisa e desenvolvimento é muito limitado ou praticamente inexistente. Assim, objetivou-se apresentar aos alunos, centros de pesquisa avançados que normalmente o estudante não tem acesso no contexto escolar regular, de forma a ampliar horizontes voltados à ciência e tecnologia", declarou Nakaema.

A escolha do IPEN para a visita técnica, segundo explicou o professor, se justifica "pela sua importância para os estudantes como uma experiência acadêmica fora da sala de aula, representando um impacto altamente significativo e positivo para todos os discentes participantes, do ponto de vista pessoal e profissional, servindo como agentes de divulgação, propagação e fomento das oportunidades e qualidades oferecidas pela própria instituição da qual fazem parte, isto é, do IFMT/Confresa". O IPEN é um centro de excelência com visitas guiadas abertas ao público acadêmico e geral. O instituto desenvolve pesquisa na área de materiais, energia, medicina, física e química nuclear, além de biomedicina, radiofarmácia e agricultura.  

 SOBRE O IPEN:

O IPEN é uma instituição pública de pesquisa técnico-científica, desenvolvimento e ensino, gerido técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). O instituto é vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo e também é associado à Universidade de São Paulo (USP), para fins de ensino e pós-graduação.

O instituto também caracteriza-se pela multidisciplinaridade de sua atuação nas áreas de saúde, meio ambiente, aplicações de técnicas nucleares, materiais, segurança radiológica, reatores nucleares e fontes alternativas de energia. O conhecimento gerado por seus pesquisadores e técnicos resulta em produtos e serviços de alto valor econômico e estratégico para o país. Programas de ensino e informação científica possibilitam levar esse conhecimento para a sociedade e diversas outras instituições de pesquisa.

Em medicina nuclear, são realizados aproximadamente dois milhões de procedimentos médicos com radiofármacos produzidos na instituição. Equipamentos como o acelerador de partículas cíclotron e o reator nuclear de pesquisas IEA-R1 são utilizados para a produção de radioisótopos, matérias-primas para a fabricação dos radiofármacos. O IEA-R1 é o principal reator nuclear de pesquisas do Brasil, fundamental no desenvolvimento de pesquisas e na prestação de serviços de irradiação. As tecnologias desenvolvidas em química e meio ambiente possibilitam análises que subsidiam políticas públicas ambientais. 

Pesquisas no campo do ciclo do combustível contribuíram para desenvolvimentos em áreas correlatas como cerâmicas, metais, vidros, cristais, lasers e células a combustível. Técnicas de engenharia genética permitem sintetizar em laboratório hormônios para o tratamento de doenças. A irradiação possibilita conservar alimentos sem perda de suas propriedades nutricionais, esterilizar tecidos humanos, materiais médicos e cirúrgicos, entre outros, além de tratar efluentes industriais. Até mesmo a preservação de obras do patrimônio histórico, artístico e cultural beneficia-se da tecnologia nuclear. Para atingir seus objetivos, o instituto incentiva parcerias e intercâmbios com instituições públicas e empresas."

Disponível em https://www.ipen.br/portal_por/portal/default.php

DIA A DIA DA VIAGEM:

Os estudantes do campus Confresa foram recebidos pela Sra Katia Itioka do Serviço de Comunicação Institucional. Após a devida identificação, os alunos aproveitaram para registrar a presença com as bandeiras do IFMT, do Estado de Mato Grosso e do Município de Confresa (MT) (Fotos 1 disponível no anexo):

O primeiro laboratório visitado, no dia 26, foi o acelerador de elétrons, onde um feixe de elétrons (partículas beta) de alta energia é utilizado para modificar a estrutura atômica de polímeros, conferindo-lhes resistência a altas temperaturas. Esse processo encontra aplicação, por exemplo, para o revestimento de cabos de ignição de veículos automotivos. Da mesma forma, a técnica pode ser aplicada para mudança de cores de gemas preciosas como no caso do topázio “azul” que não existe na natureza (Fotos 2):

Em seguida, os estudantes foram conduzidos ao laboratório de irradiador de Cobalto-60 (60Co), utilizado por exemplo para a esterilização de materiais e alimentos. O detalhe da Fig. 3 mostra um santo em madeira deteriorado por caruncho recebendo uma dose de radiação de Cobalto-60, de forma a eliminar possíveis ovos de larva e esterilizar animais adultos que infestam o material. Os sacos contém insumos alimentícios (grãos) que recebem uma dose de radiação também para eliminar possíveis infestações de fungos, insetos, larvas e ovos, prolongando-se assim, a vida útil de estocagem (Fotos 3):

Os alunos também tiveram oportunidade para visitar na mesma seção, uma área de exposição de painéis com o resumo de trabalhos científicos publicados pelo setor (Foto 4):

Neste mesmo dia durante a tarde, os estudantes participaram da programação cultural na Pinacoteca do Estado de São Paulo, que gentilmente  concedeu entrada gratuita pelo fato dos estudantes serem de uma rede pública federal de ensino. Os alunos conheceram os trabalhos dos principais artistas impressionistas paulistas do século XIX, como Almeida Júnior e modernistas como Tarsila do Amaral (Fotos 5):

No segundo dia, 27 de Setembro, os alunos conheceram o reator de pesquisa IEA-R1 (Fotos 6):

Este reator é utilizado principalmente para a geração de nêutrons, que podem ser utilizados para pesquisa e desenvolvimento de radiofármacos, fonte de energia e fonte radioativa para tratamento de tumores. Um fato importante é que cada um dos visitantes recebe um dosímetro individual junto ao corpo para monitorar os níveis de radiação antes e depois da visita ao interior do reator.

O funcionamento dos reatores, tanto de pesquisa como de potência de baseiam no mesmo princípio: um núcleo de urânio 235 (235U) é fissionado (quebrado), liberando um nêutron energético e a formação de criptônio e bário (ambos radioativos também) e o processo continua numa reação em cadeia. Os nêutros produzidos no núcleo do reator são frenados em uma piscina de água e devido ao chamado efeito Cherenkov, produz-se uma luz azul. Essas especificidades do funcionamento do reator foram apresentadas pelos pesquisadores numa sala de conferência para melhor entendimento (Fotos 7):

Na tarde do segundo dia de visita o grupo decidiu visitar o Instituto Butantã para encerrar as atividades do dia, uma vez que este também faz parte do complexo da Universidade de São Paulo (Fotos 8):

No último dia da visita (28/09), foi o momento de conhecer  o laboratório de radiofarmácia, onde são produzidos os kits de medicina nuclear - Molibidênio e Tecnécio, tanto para o diagnóstico como para o tratamento de tumores cancerígenos (Fotos 9):

Finalmente, o encerramento da agenda de visitas se deu no prédio da administração central onde se encontra uma exposição permanente de toda área do IPEN, além de produtos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico gerado pelo instituto (Fotos 10):

 

Textos jornalísticos: Telma Aguiar
Relatório de viagem: prof. Walter M. Nakaema
Edição jornalística: Telma Aguiar

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